domingo, 27 de janeiro de 2008

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM: ESCOLA/FAMÍLIA


Durante anos a escola tinha como conceito de currículo a sistematização de disciplina, conteúdo e carga horária. Havendo assim uma educação conteúdista, onde o aluno era apenas receptor e o professor considerado o detentor do saber, tornando o sujeito no processo ensino e aprendizagem. Com isso o aluno era trabalhado apenas no que diz respeito ao aspecto cognitivo, desconsiderando os aspectos emocionais, sociais, físicos e psicológicos.
Com o decorrer da nossa política social, gradativamente as mudanças foram acontecendo, e o nosso aluno começou a ser trabalhado de maneira que estimulasse o ato de pensar e criar, tornando-se o sujeito do saber. Aspectos esses que cabem a escola valoriza-los e procurar aliados para ter melhor conhecimento deste contexto de seu aluno. Para isso é necessário à escola envolver com a comunidade/família, pois é nela que está o alicerce da formação da criança e do adolescente e por isso, não deixando de perceber e compreender o seu contexto.
Os educadores devem ter a consciência que a escola, é a base complementar da educação que família ensina em casa, e não apenas clientes a quem oferecem seus serviços. Os pais, por sua vez, devem ter no educador a confiança e o respeito de que ele está comprometido com o desenvolvimento dos alunos/filhos, assim como o seu próprio desenvolvimento.
Diante disto, é muito importante termos bem claro que dentre as importantes funções delegadas à escola, de uma forma simplista, já que se trata de um fenômeno social, que poderíamos discorrer horas sobre ele, mas a principal função é possibilitar as nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos a construção de saberes/ competências e habilidades necessárias para a vida.
Heloísa Szymanski, no livro “a família contemporânea em debate”, ressalta que “Quando resolvemos escolher um caminho de vida que é diferente daquele proposto pelo modelo, estamos criando uma condição nova, que pode vir a ser um novo pensado. Só que agora é o nosso pensado, construído com a realidade da nossa vida, nosso sofrimento, nossas conquistas é que mais tarde poderá ser modificado”.
Porém, temos que nos questionar enquanto educadores: como a escola é vista hoje pela família? Ela está preparada para receber e trabalhar a família no contexto escolar hoje? Principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da aprendizagem dos seus alunos? É verdade que se pretende formar cidadãos, reflexivos, críticos e capazes de viver e conviver, de desenvolver-se e continuar aprendendo a participar interagir e trabalhar integralmente no seio da sociedade.
Para KRAMER, Esta reflexão tem que ser uma constante no meio escolar pois, “[...] a escola constantemente culpa a família pelos diversos problemas da criança – dificuldades afetivas à aprendizagem – isentando-se na maioria das vezes, de assumir o seu papel de ensinar. Com isso provoca maior afastamento justamente daquelas famílias que muito necessita da escola – as de classe populares”.
Não podemos negar que hoje, principalmente na rede municipal de ensino já existam projetos que procuram envolver a comunidade, família na escola, um exemplo, é o projeto em parceria com o Governo Federal denominado de “Escola Aberta à Comunidade”, sendo este colocado em prática sempre aos sábados, facilitando esta integração. Temos também em todas as escolas municipais, a figura do Orientador Educacional, que tem como uma de suas atribuições, fazer e ser o elo de ligação entre a escola e a família do educando.
Assim, percebe-se que existem escolas tentando diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz. Embora encontrem ainda escolas que o discurso está longe de uma prática mais efetiva e que até objetivam a integração da escola/família/comunidade, para que o desenvolvimento da aprendizagem do educando venha a ser satisfatório, para ambos os lados.

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